A cirurgia micrográfica de Mohs (ou apenas cirurgia de Mohs) é uma técnica minuciosa e especializada para o tratamento do câncer de pele. É realizada em larga escala nos Estados Unidos, Canadá, Austrália e alguns países da Europa, devido à eficácia comprovada por inúmeras pesquisas científicas. Essa técnica cirúrgica difere das demais por realizar uma análise de 100% das margens do tumor durante a própria cirurgia. Enquanto na técnica convencional, além de levar alguns dias para a análise do tumor, apenas 2% das suas margens são avaliadas em laboratório, aumentando assim o risco de recidiva.
A diferença básica entre a cirurgia de Mohs e a cirurgia convencional para o tratamento do câncer de pele reside na abordagem e precisão. Na cirurgia de Mohs, o cirurgião remove o câncer camada por camada, examinando cada uma ao microscópio durante a operação. Isso permite identificar e remover todas as células cancerosas, minimizando a remoção de tecido saudável circundante. Em contraste, a cirurgia convencional remove a área cancerosa mais uma margem de tecido saudável em um único procedimento, sem análise microscópica imediata, podendo levar a uma remoção excessiva de tecido saudável ou a uma remoção insuficiente das células cancerosas.
A possibilidade de remover apenas o tecido realmente doente é uma grande vantagem dessa cirurgia sobre a convencional. Não por acasa, 70% das cirurgias que realizamos por essa técnica são de tumores em regiões sem sobra de pele, como nariz, pálpebras, próximo à boca e orelhas.
Nessas áreas, não há sobra de pele, portanto, toda pele que conseguirmos salvar, ajudará muito no resultado estético final do paciente.
A principal diferença no quesito técnica de análise histopatológica entre a cirurgia micrográfica de Mohs e a cirurgia convencional reside no método e no momento da análise do tecido.
Cirurgia Micrográfica de Mohs:
Cirurgia Convencional:
Essa diferença de abordagem faz com que a cirurgia de Mohs tenha maior precisão no controle das margens do tumor e na preservação do tecido saudável circundante.
A cirurgia pode ser feita com anestesia local ou sedativa, com anestesista. Possui duração de 3 a 8 horas, pois depende da complexidade do caso e número de estágios.
A equipe cirúrgica é composta por Edmundo, histotecnologista, enfermeira e instrumentador cirúrgico. O cirurgião de Mohs inicia a cirurgia com a retirada (exérese) do tumor e pequena margem de pele normal. Nesse momento, certifica-se que não há sangramento e realiza-se um curativo provisório.
O cirurgião de Mohs e o histotécnico concentram-se em preparar esse tecido, transformando-o em lâminas para serem analisadas ao microscópio.
Esse é um dos momentos mais importantes e o diferencial da cirurgia. Pois definimos aqui se o tumor foi totalmente removido. Se o cirurgião vê evidências de câncer em torno das margens exteriores do tecido removido, ele retira outra camada de tecido da área onde o tumor foi detectado.
A cirurgia micrográfica de Mohs é reconhecida por ter uma das mais altas taxas de cura para câncer de pele não melanoma, chegando a até 99% para cânceres não tratados previamente, comparado com 85% para cirurgia convencional. Isso oferece aos pacientes uma grande confiança no sucesso do tratamento.
Esta técnica é meticulosa e precisa, removendo apenas o tecido cancerígeno e preservando ao máximo o tecido saudável circundante. Isso é particularmente vantajoso para cânceres localizados em áreas esteticamente ou funcionalmente importantes, como o rosto.
Durante a cirurgia de Mohs, todo o perímetro e a base do tecido removido são examinados microscopicamente, garantindo que todas as células cancerígenas sejam removidas. Isso minimiza significativamente o risco de recorrência do câncer.
Apesar de a cirurgia de Mohs poder ser mais cara inicialmente do que outros tratamentos, sua alta taxa de sucesso e a redução do risco de recorrência tornam-na uma opção custo-efetiva a longo prazo. Menos recorrências significam menos tratamentos e custos adicionais no futuro.
Imagine a situação de se submeter ao tratamento através da cirurgia convencional e descobrir apenas no dia da retirada dos pontos que o tumor não foi totalmente removido que você necessitará se submeter à uma nova cirurgia! Os paciente que se submetem à técnica convencional estão sugeitos à esse infortunío e precisam se submeter à um novo tratamento cirúrgico tão complexo quanto ao primeiro e arcar com os mesmos custos. Com a cirurgia de Mohs, o tumor é analisado (e de forma melhor) durante a própria cirurgia, não existindo a chance de descobrir cura incompleta logo em seguida.